Na minha opinião
Na minha opinião. Este vírus veio para ficar. Não teremos paz com este problema até que 60 ou 70% da população mundial seja infectada, para criar a imunidade de grupo.
Na minha opinião. Com a facilidade de transmissão deste vírus, o mais natural será sermos infectados assim que deixarmos o isolamento e o distanciamento social.
Na minha opinião. Temos sorte em ser este vírus. A sua velocidade de transmissão é relativamente baixa, a taxa de mortalidade também, ao que se sabe transmite-se pouco por via aérea. O maior problema está no período de incubação, que é grande, e ser assintomático, o que é pior.
Na minha opinião. É uma sorte este vírus não conseguir os mesmos estragos em qualquer pessoa. Aparentemente, quanto mais jovem e mais saudável mais hipótese se tem de haver menos danos ao contrair a doença deste vírus, embora a afirmação que anda por aí de “esta coisa só mata os velhos” ser completamente falsa.
Na minha opinião. Não vamos conseguir ficar em isolamento para sempre. O mundo dos Homens vai ter de continuar e por isso um dia teremos de sair de casa e, se pudermos, ir trabalhar outra vez nos sítios do costume. E, nessa altura, seremos com certeza infectados.
Na minha opinião. Todas estas medidas, de isolamento e restrição, visam achatar a curva de contaminação ao longo do tempo para que seja possível reduzir o número de mortes e de doentes em estado grave.
Na minha opinião. Não são só as escolas que precisam de abrir. Toda a sociedade apoiada neste sistema neoliberal, estando parada, não mostra outra solução senão pedir ajudas ao Estado. Empresas, trabalhadores, independentes e dependentes, pescadores, agricultores, senhorios, arrendatários, imobiliária, transportes, turismo, restauração, hotelaria, construção, todos pedem ajuda ao Estado sem que o Estado possa acudir a todos, como evidente.
Na minha opinião. Talvez devessem pedir ajuda à banca, verdadeira base constitutiva deste sistema neoliberal. Mas como sabem que a banca, para além de não ajudar, se dedica como sempre, em tempos normais, extraordinários ou de crise, a ser oportunista para ganhar mais dinheiro, todos se viram para o Estado, apesar de ninguém desejar uma sociedade baseada no Estado. E o Estado não vai poder responder nem ajudar todos.
Na minha opinião. Por isso o mundo vai ter de continuar para a frente, seja lá o que isso for, fazendo-nos sair de casa, com vírus ou não.
E se um dia temos obrigatoriamente de sair de casa e sermos infectados, então como poderemos fazer para que a infecção tenha o menor impacto possível, em nós e na sociedade? Na minha opinião. A única maneira é sermos jovens e saudáveis.
Se a primeira não é possível porque depende de quanto tempo vivemos até agora e isso não pode ser mudado, a segunda pode ser melhorada. Os mais idosos e com problemas de saúde deverão continuar em isolamento e protegidos, enquanto os mais novos e saudáveis deverão ir para a rua, trabalhar, produzir… e ser contaminados. Até atingir a imunidade de grupo e os mais idosos e frágeis poderem sair outra vez e recuperar a sua vida e liberdade como antes da chegada do vírus. Para que os mais novos, que vão ser contaminados, possam ter o menor dano possível, ou seja, uma gripalhada forte e longa e nada mais, deverão ter o seu sistema imunitário a funcionar bem.
Na minha opinião e para isso, devemos ter em atenção:
- O stress é um dos maiores inimigos do sistema imunitário. Tentar, por todas as maneiras, controlá-lo.
- Dormir bem é essencial. É de noite que o organismo se repara e prepara. É importante manter os ritmos de adormecer e acordar a horas certas. Se conseguirem afinar esses ritmos pelo ritmo solar, melhor.
- Comer bem é essencial. Quando digo comer bem quer dizer comer equilibrado e mantendo ritmos regulares. Comer de tudo um pouco e não abusar de nada, é a regra.
- Apanhar sol. 10 minutos por dia chegam para nos carregar a vitamina D, que é uma hormona importante, para além de para outros sistemas, importante para o sistema imunitário. Entre outras acções, media processos inflamatórios.
- Respirar bem. Pratiquem qualquer ginástica respiratória (Qi Gong, Tai Chi, Yoga, respirar fundo olhando para fora da janela…) ou pratiquem um desporto que implique a respiração (não vale xadrez, tiro ou snooker…). Não se esqueçam dos alongamentos no final.
- Cortar as bebidas alcoólicas. As bebidas alcoólicas deprimem o sistema imunitário, quando em quantidade. Se um copo de vinho por dia à refeição tem efeitos antioxidantes, já a cerveja é duvidosa, as brancas são veneno e qualquer uma delas, em quantidade, só faz mal a tudo. Claro que, um copito a mais uma vez por outra relaxa, põe-nos bem dispostos e tal. Isso faz bem ao espírito. Mas não ao corpo. Está em nós encontrar o equilíbrio e não repetir a graça com frequência.
- Reduzir ou cortar o tabaco. Nem é preciso falar sobre isto. Toda a gente sabe que o tabaco só faz mal e não traz nada de bom. O prazer que se sente ao fumar é invertido. Ou seja, ao fumar, só estamos a preencher o que está em falta no organismo. Não a ter prazer porque estamos a fumar mas a ter prazer de não sentir mais a falta. Fumar fragiliza tudo. Na perspectiva da Medicina Chinesa, o fumar provoca um aumento do Yang do pulmão. Yang representa calor e seca os líquidos. Uma infecção é considerada um ataque de calor tóxico exterior. Este calor excessivo e de uma só vez, somado ao excesso de Yang no pulmão do fumador… Podem imaginar…
- Manter os estados depressivos ao longe. Manter-se positivo e optimista, sem deixar de ser realista, é essencial. Tempos muito difíceis virão, mas podia sempre ser pior, muito pior. Centrarmo-nos no que é positivo e no dia de cada vez parece-me importante.
- Não andarmos zangados. Com os tempos que se adivinham teremos todas as razões para andarmos zangados. Mas não podemos. Temos de puxar, mais do que nunca, pela alegria e pelo relativizar das chatices e do que nos enerva.
- Não nos cansarmos em demasia. O cansaço baixa-nos as defesas, em todas as direcções ou níveis. Descansar e gerir o cansaço é fundamental.
Na minha opinião, o melhor é começarmos já, enquanto ainda estamos em casa, protegidos e com condições melhores para fazer tudo isto.