Temos um problema com as cores. A Humanidade tem um problema com as cores, aliás. É um facto. Usamos as cores para tudo e um par de botas e usamo-las mesmo para coisas que não têm nada a ver com nada. Não têm lógica, pura e simplesmente. 

Por exemplo as cores das pessoas. Há gente que se incomoda que haja amarelos, pretos, morenos, loiros, branquelas, encardidos, castanhos, mais escuros, mais claros, vermelhos, ruivos, pálidos, eu sei lá! Ou gostamos mais destes desta cor do que aqueles daquela cor. Ou há cores que nos são familiares e com que nos sentimos bem e outras cores que nos põem desconfortáveis. Até há cores por continentes! Quem não ouviu já falar do continente negro ou da Ásia amarela?

E arranjamos disputas por causa das cores. O amor a uma cor gera ódio a outra ou a outras. No futebol, por exemplo. Quem gosta do vermelho odeia o verde, quem venera o azul, insulta o preto ou o amarelo. Até há cores usadas umas com as outras, mas mesmo assim o resultado é o mesmo como se fosse só uma. Assim, os axadrezados a preto e branco podem querer bater nos de riscas amarelas e vermelhas e estes nos primeiros. 

Os municípios têm cores, as bandeiras seja do que for também, os partidos políticos, a esquerda e a direita, até há países inteiros com cor, como a Rússia. Os dias podem ser cinzentos ou negros, as noites podem ser brancas, o oceano verde, azul, negro, a vida cor-de-rosa, a paixão carmim ou roxa.

Cada cor tem ainda tonalidades, podendo ser mais carregada ou mais suave, mais brilhante ou baça, mais desmaiada ou agressiva. Estudam-se as cores e as tonalidades para a publicidade, para poder influenciar cada um de nós, o que compramos, o que vivemos, como vivemos e o que queremos.

E gostamos mais de umas cores do que de outras. Aliás, todos temos uma cor preferida. E cores de que não gostamos. E há as cores da moda e as cores que já não se usam. 

O mundo como o vemos tem cores e as cores influenciam-nos e condicionam-nos o mundo. 

Depois associámos as cores a coisas mais estranhas ainda. Ao nosso estado de saúde. 

Pode estar-se roxo de raiva, corar como um tomate, verde de inveja. E há ditos como “até ficou amarelo de tão mal-disposto”. Ou “tem tão maus fígados que é meio verde”. Estar-se pálido não é bom sinal ou então é sinal de frio, de cansaço ou de que o sangue não chega à pele. Ficar roxinho é mau sinal quanto à respiração, a cara tornar-se toda vermelha é sinal de raiva, de irritação, a pele azul é muito mau sinal, diz-se que está com melhor cor. São coisas que as pessoas dizem, que aprendem de pais para filhos. 

Na medicina, embora na maior parte das vezes as cores na nossa saúde sejam transitórias, estas ainda podem ser importantes para o diagnóstico e, muitas vezes, a observação bate certo com os ditos populares.

A Medicina Chinesa vê as cores como sinais, característicos ou passageiros, do estado de saúde do paciente. A preferência por uma determinada cor pode dar pistas para um melhor diagnóstico ou indicar que órgão está desequilibrado. A cor facial, ou de parte da face pode indicar estados emocionais, desequilíbrios ou a forma de ser de cada um. A cor da língua e da sua capa podem indicar se existem desequilíbrios nos líquidos, sangue ou no calor do organismo. 

Venha dizer-nos qual é a sua cor preferida e mostrar-nos as suas cores e nós dir-lhe-emos o seu estado de saúde. 

Marque a sua consulta.